28 maio, 2005

Micro-chips lutam contra o abandono dos animais

Por: Diana Baptista

Para quem ainda não sabe, com a nova Lei de Protecção Animal, de 17 de Dezembro de 2003, vai ser obrigatório identificar os animais através de um “chip” subcutâneo que, no caso de abandono, oferece a possibilidade de identificar o infractor.

Este sistema de identificação, somado à desde sempre obrigatória Licença de Propriedade, será obrigatório a partir de 2008 para todos os cães e gatos que nasçam após essa data, identificados por método electrónico e registados entre os 3 e os 6 meses de idade por um médico veterinário, sendo já indispensável para as raças consideradas perigosas.

O microchip, com um número de identificação único no mundo, que é registado numa base de dados (SIRA/SNMV), tem o contacto do proprietário e as características do animal. Bancos de dados semelhantes a este estão instalados em diferentes países da União Europeia (UE), nomeadamente em Inglaterra, na Bélgica, em Espanha e na Alemanha.

No caso de um animal se perder, a partir do momento que é dada indicação ao SIRA do seu desaparecimento é emitido um comunicado aos Centros Veterinários e Autoridades, de forma a proceder-se à rápida localização do animal. No caso de raças perigosas e animais nascidos após 2008 que não cumpram esta lei, as multas podem ir até €3740.

Mário Santos, director clínico do Hospital Veterinário do Porto (HVP), diz que «é muito importante fazer a aplicação deste micro-chip. Consegue-se desta forma lutar contra o abandono de animais».

O mesmo director assegura que «este sistema não causa qualquer dor na introdução subcutânea e é eficaz também no caso do animal ter-se perdido». Para além de não ser um método doloroso, é gratuito e aplicável quer no consultório, quer em locais especializados, como é o caso dos canis.
Spot, com dois anos, tem um novo dono. Não são só as férias que servem de motivo para abandonar um animal: existem outras possbilidades como foi o caso de um cão que não se adaptou aos donos.

O ‘Spot’ foi comprado quando era bebé para interagir com uma criança deficiente, mas não houve adaptação mútua. Com dois anos, os pais da criança desistiram e, em vez de o abandonar, colocaram um anúncio na Internet, muitas vezes o meio mais eficaz para encontrar um novo dono. Patrícia Pinto, estudante de psicologia, viu o anúncio e ficou cativada.

Foi do Porto a Lisboa para conhecer o ‘Spot’ e adoptou-o: «já tinha tido um labrador que morreu e, como adoro animais, resolvi ficar com este. É preferível tentar arranjar um dono novo, mesmo que demore algum tempo, do que abandonar o animal.»

São muitos os sites que têm classificados sobre animais e que, para além de darem a conhecer os cães, gatos e outras pequenas mascotes disponíveis, é possível visualizar a fotografia do animal. Com tantas soluções, «o abandono nem deveria surgir no pensamento», diz a Patrícia.«

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