26 janeiro, 2005

Tribos Indígenas no Paraná

Por: Amanda Alves

No estado brasileiro do Paraná, as origens étnicas são idênticas às dos outros estados: portugueses, luso-brasileiros, mamelucos, negros e índios sendo, estes últimos, um factor racial e cultural muito importante na formação do estado.

Hoje, encontramos no estado 9015 índios, divididos em 14 tribos, que ocupam cerca de 84 mil hectares do Estado do Paraná, nas chamadas reservas indígenas.

Estas reservas indígenas são zonas espalhadas pelo Estado, sem valor algum, onde os índios foram colocados pelo governo. Mas que condições têm? Serão elas adequadas à cultura indígena? São apenas ‘terras de ninguém’, que nada produzem, muitas vezes nas beiras das estradas e que, por tudo mais, parecem depósito de uma raça que é nada mais que a verdadeira origem do Brasil.

Na estrada principal que percorre o Paraná até à Foz do Iguaçu, encontra-se uma destas reservas. Está devidamente sinalizada com placas, como se de um ponto turístico se tratasse.
Começamos, a ver algumas barracas decadentes e alguns índios na beira da estrada. Querem vender chocalhos e arcos e flechas de fabrico artesanal. O preço é aquilo que quiserem dar.

Amontoam-se nos carros que param, com um aspecto que já pouco tem daquilo que se imagina quando se pensa na figura de um índio. Restos de roupas dos brancos são agora as suas vestimentas, os barracos decadentes são agora as suas casas e o comércio o seu novo meio de subsistência.

A terra não está a ser cultivada. Aquela imagem de um povo primitivo, nobre e elevado, logo se desfaz perante o mau cheiro e o aspecto doentio que apresentam. Ali deixam de ser índios, mas também não são brancos. Deixaram a sua cultura, mas não adquiriram outra. Estão num intermédio que não está a meio de nada.

Quando parámos o carro, para também contribuir para aquele triste comércio, oferecemos um chocolate que levávamos. O bebé índio nunca tinha visto tal coisa e decidiu começar a comer o chocolate com a embalagem, porque não sabia distinguir uma coisa da outra. Não era por ser bebé, pois todos os outros também não tinham compreendido.

Decidimos ir até à casa de apoio à reserva indígena onde, supostamente, deveria estar alguém que zelasse pelo bem-estar e pela integração das tribos nestas zonas, mas estava vazia. Assim, segue-se o caminho com a sensação de que, de uma forma ou de outra, sempre e cada vez mais, contribuímos para maltratar as nossas origens e a nossa natureza.

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