26 janeiro, 2005

A máquina do tempo

Quem passa pela marginal de Vila Nova de Gaia não fica indiferente às majestosas e imponentes embarcações ancorados nas margens do Douro. Por lá permanecem os barcos rabelos, marcos históricos da gloriosa era mercantil, hoje atracções turísticas, irredutíveis perante a erosão do tempo.

Por: Joel Silva

Historicamente, os barcos desempenharam importante papel no transporte do vinho do Porto, néctar precioso, pedaço de pecado divino de muita e boa gente, desde a região do Alto Douro até às caves sedeadas na margem da cidade de Vila Nova de Gaia. Hoje, são apenas atracções turísticas, que navegam rio acima mostrando a inúmeros estrangeiros a beleza de um Douro considerado Património Mundial da Humanidade.

O seu bom estado de conservação é o resultado, do tempo e cuidado, certamente despendidos por muitas pessoas, autênticos mecenas, que os encaram como um marco da história da cidade Invicta.

A Confraria do Vinho do Porto organiza, anualmente, a 24 de Junho, uma regata entre a Foz e a ponte D. Luís, mobilizando centenas de curiosos para ambas as margens do Douro que assistem, deslumbrados e atónitos, a um cenário do passado em harmoniosa conjugação com o presente.

Porto e Gaia revivem, por momentos, a azáfama de nostálgicos tempos, locais de paragem obrigatória, onde se reuniam intrépidos marinheiros e hábeis comerciantes, portadores da nobre e conquistadora alma lusa, enquanto que o Douro volta a engalanar-se, e a constituir-se como centro das atenções de ambas as margens.

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