22 junho, 2004

Projecto Ambulatório de Saúde Oral e Pública

A Universidade Fernando Pessoa tem colocado ao dispor da população um Projecto Ambulatório de Saúde Oral e Pública. O objectivo é proporcionar cuidados de saúde oral e de enfermagem ligeira, de forma totalmente gratuita, às crianças com incapacidade física e/ou mental, aos alunos de escolas do ensino básico, aos carenciados, bem como aos idosos a viver em lares de terceira idade.

Por: Elisabete Cardoso

O projecto foi idealizado pelo reitor da Universidade Fernando Pessoa (UFP), Salvato Trigo, como mais uma forma de apostar no ensino, oferecendo aos alunos da Faculdade de Ciências da Saúde uma oportunidade de aprenderem no terreno como tratar a saúde dos portugueses.
Neste projecto existem duas unidades móveis: a ilustrada na foto da página ao lado que entrou em funcionamento em Fevereiro deste ano; e uma outra que foi para a estarda no início de 2002.


A clinica ambulante está equipada com um consultório dentário e respectivos meios de diagnóstico: imagiologia digital intra-oral, um mediador de tensão arterial, um electrocardiograma simples e instrumentos de colheita de sangue e urina (para realização de análises de colesterol, diabetes e hepatite C) e não falta, sequer, uma plataforma elevatória que coloca a bordo deficientes, idosos e utentes que dela precisem.

Esta unidade ainda está a ganhar visibilidade. Contudo, tem revelado grande sucesso nas comunidades por onde passa. Trata-se de um projecto pioneiro e único na Península Ibérica, que teve a sua primeira experiência em Ponte de Lima, onde a Universidade Fernando Pessoa tem um pólo educativo.

O projecto arrancou com o apoio (financeiro e humano) da Fundação Fernando Pessoa e com patrocínios de laboratórios e da Fundação Rockefeller. O projecto tem custos elevados, como refere Jacinto Durães, gestor do projecto: «Tem sido um esforço enorme, numa altura em que o país e as empresas estão a ultrapassar uma fase muito difícil. Esta conjuntura torna difícil gerir um projecto que envolve muito dinheiro».

Os alunos da Universidade Fernando Pessoa beneficiam de um contacto directo com a realidade, sendo possível colocarem em prática as teorias que aprendem em sala de aula. Joana, estudante de Fisioterapia, teve a sua primeira experiência numa deslocação do projecto a Fátima: «É bom trabalhar nesta iniciativa. O profissionalismo é elevado, deparamo-nos com situações tocantes e apercebemo-nos das dificuldades que sentem a maioria dos portugueses nos seus cuidados de saúde básicos».

Maria do Carmo é uma das utentes do projecto: «Uma clínica deste porte estacionada numa escola secundária é algo de extraordinário», diz, supreendida pelo carácter gratuito do serviço, enquanto esperava na fila para ser atendida pelos estudantes de Medicina Dentária.

O projecto parte em busca das carências da comunidade incentivando as crianças a que iniciem a sua higiene oral, oferecendo-lhes pastas e escovas de dentes. O propósito é sempre prestar serviço à comunidade. Um esforço que tem merecido aplausos e sorrisos por parte daqueles que o requisitam, como verificou uma paciente que se dirigiu à unidade móvel: «Os jovens foram muito atenciosos».

Costa e Silva, médico assistente do projecto, refere-o como «uma ideia genial do Reitor da UFP». Na sua opinião, uma iniciativa deste género exige um bom trabalho de equipa.

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