22 junho, 2004

Anorexia: beleza em estado sórdido

Qualquer um de nós já viu, nas reportagens de televisão, ou até numa revista, relatos na primeira pessoa, sobre doentes que padecem de Anorexia. Esta doença, aparentemente menos preocupante do que outras, é difícil de resolver. Em muitos casos, pode ser fatal.

Por: Andreia Carneiro

A palavra ‘anorexia’ designa a falta de apetite. Mas, de facto, essa falta de apetite não corresponde à realidade: o que acontece é uma recusa consciente em se alimentar. Um fenómeno muitas vezes associado a pessoas que pretendem manter um peso abaixo do que seria desejável, tendo em conta a sua altura e idade.

Os médicos explicam a doença como uma distorção na percepção do esquema corporal, pois, sempre que o anoréctico se olha ao espelho, mesmo com uma diminuição constante do seu peso, continua a achar-se gordo. Este ciclo é tão preocupante que, em alguns casos, se não se pede ajuda a tempo, a situação acaba em fatalidade.

As mulheres são as mais afectadas por esta doença, mas desengane-se quem pense que os homens não podem padecer dela. Quanto à idade de maior risco, situa-se entre os 13 e os 30 anos.

Os médicos que estudam o problema não conseguem detectar qual a sua causa principal, mas apontam um quadro de factores que aumentam o risco de a contrair: a combinação de elementos biológicos tais como a pré-disposição genética, ou conflitos familiares e sociais.

Normalmente, tudo começa por uma simples dieta, retirando da sua cadeia alimentar alguns alimentos que o paciente sabe que contêm um elevado número de calorias. Depois, a quantidade de alimentos a ingerir vai diminuindo de forma vertiginosa, ficando a dieta alimentar seriamente restrita.

O problema agrava-se ainda mais quando os anorécticos juntam a esta má qualidade alimentar um elevado esforço físico, passando uma grande quantidade de horas no ginásio. Em casos mais extremos, tudo isto é complementado pela auto-indução do vómito.